Por que "clepsidro-me"?!?!

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quinta-feira, 28 de outubro de 2010

O ser humano

Ontem, fiquei bem melancólica pensando na qualidade do ser humano.
Tive uma conversa com um amigo (será que posso chamá-lo assim? não sei como nomeá-lo, pois é muito mais que um conhecido e, ao menos pra mim, está bem perto da amizade o prazer que sinto em conversar com ele. existe amigo de mão única? se existe, talvez esse seja o caso. se bem que desconfio que a amizade não floresce plenamente por pura falta de oportunidade. nunca conversei com ele a esse respeito, aliás nunca pensei sobre isso - apenas senti assim. será pretensão minha? se for, peço desculpas), e nessa conversa ele me contou algumas coisas do seu trabalho, que envolve pessoas das quais gosto e pelas quais tenho uma profunda admiração.
Resumindo, o caso é o seguinte: ao trocar a chefia do lugar onde ele trabalha, o novo chefe despediu as pessoas próximas do antigo chefe, assim sem mais nem por quê! Pessoas de uma competência inquestionável!
Esse caso, particularmente, me supreendeu porque na minha inocência eu achava que os chefes - o novo e o antigo - eram amigos. Pelo que se sucedeu, acho que não era bem assim.
Você já viu isso em algum lugar? Pois é, ambos - meu amigo e eu - já vimos e por isso começamos a falar quão decepcionante podem ser as atitudes das pessoas.
Ando bem desiludida com a qualidade do ser humano, pois às vezes podemos ser extremamente egoístas, soberbos, dissimulados, ambiciosos, inescrupulosos etc, etc, etc...
Fiquei realmente melancólica com nossas divagações, e a tarde, que estava ensolarada, ficou meio cinzenta para mim.
Sabe, devo confessar uma coisa: eu teimo em querer confiar no ser humano e, talvez o pior de tudo, eu gosto dessa teimosia.
Quando me despedi do meu amigo, fui encontrar-me com minha irmã. Entrei no carro e liguei o rádio, como de costume.
A música ajudou a "desacinzentar" a tarde, que voltou a ficar ensolarada quando encontrei minha irmã, que tem um brilho de sol.
Entre outras coisas, fomos à Livraria Cultura. No meio dos livros, lendo um trecho de um e de outro volume, trocando impressões com minha irmã, percebendo o entusiasmo de meu sobrinho pela leitura (hilária a negociação dele pra ganhar mais livros do que o combinado!), conversando com os excelentes vendedores/leitores de lá, o dia voltou a brilhar dentro de mim.
Claro que não resisti e sai de lá com dois livros de poesias do Manoel de Barros, um menino de 94 anos. Um dos livros é "Memórias inventadas para crianças" e o outro, "Menino do mato" , que já devorei.
Tudo isso me lembrou a música "Paratodos", do Chico Buarque, em que ele diz:
"Contra fel, moléstia, crime
Use Dorival Caymmi
Vá de Jackson do Pandeiro
...
Fume Ari, cheire Vinícius
Beba Nelson Cavaquinho
Para um coração mesquinho
Contra solidão agreste
Luiz Gonzaga é tiro certo
Pixinguinha é inconteste
Tome Noel, Cartola, Orestes
Caetano e João Gilberto"

E eu acrescento:
Para melancolia, não existe nada melhor que poesia, seja cantada ou escrita!!
Obrigada, queridos médicos, poetas, cantores, cirurgiões!!!

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