Por que "clepsidro-me"?!?!

Leia a primeira postagem e descubra!!! (clique aqui)







quarta-feira, 30 de maio de 2012

Viagens




Estou sentindo falta de escrever... E de ler. Não tenho conseguido fazer duas das coisas que mais gosto: ler literatura e escrever no blog. É como se ficasse um buraco no meu dia. As palavras me alimentam - ando em jejum ultimamente...
Em compensação tenho ido mais ao cinema. Tenho visto muita coisa boa e também muita coisa ruim. Aliás, tem um filme que está com 500 estrelinhas na cotação da crítica que me desgradou muito. Baseado em um livro de um escritor bem famoso, achei o  roteiro inconsistente. Tarefa ingrata a adaptação de livro pra filme - normalmente fica a desejar (execeção feita ao A insustentável leveza de ser, do qual já falei aqui).
Um dos filmes dessa nova safra de que mais gostei foi  "Uma longa viagem", com direção da Lúcia Murat e protagonizado pelo Caio Blat. Gostei da condução do filme, da atuação do Caio, da trilha, das experimentações, sem falar da fascinação que sinto pelo período em que a história acontece: a ditadura militar. Acho comovente a vontade de mudar o mundo (tenho um amigo que diz que eu quero consertar o mundo... talvez venha daí minha atração pela época em que se acreditava que isso era possível...).
O filme trata da trajetória da diretora e de seus dois irmãos, na década de 70. Seu irmão caçula foi enviado a Londres para não seguir os passos políticos da irmã, que havia se envolvido na luta armada. O fio condutor do filme é a intensa correspondência que ele troca com a família, durante os 9 anos em que passa viajando pelo mundo. A narrativa é entrecortada por entrevistas, feitas por Lúcia, ao irmão Heitor, o que nos dá ensejo de saber o que ele não contava nas cartas.
Enquanto Heitor viajava pelo mundo, a irmã era mantida na prisão. Anos depois, devido a carreira de cineasta, Lúcia visita os lugares por onde seu irmão passou. No filme tem uma frase ótima dela, que é mais ou menos assim: Eu e meu irmão nos encontramos no espaço, mas não no tempo.
E o outro irmão de Lúcia? Bem, ele é a razão do filme. Na verdade sua morte é o que leva a cineasta a recompor a trajetória dos três irmãos. No site, o filme é definido como "um documentário que trabalha sobre a memória, não só pela forma como é feita a investigação, mas também sobre o motivo do filme: a morte do terceiro irmão."
Mas não é um filme triste sobre morte, pelo contrário é um filme cheio de vida e sobre as inúmeras possibilidades que ela nos abre. É um filme sobre amizade, laços familiares, dor, liberdade, idealismo, loucura, política, memória...
É um filme sobre muitas coisas, principalmente sobre o ser humano.

PS: A foto foi retirada do site do filme, que vale uma visita:

http://www.taigafilmes.com/longaviagem/index.htm

PS': Como é bom quebrar o jejum e me alimentar das palavras escritas. Agora só falta ser fisgada pelo próximo livro...

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"O correr da vida embrulha tudo. A vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem"
G. Rosa - Grande Sertão Veredas