poema pra sempre perdido
como peixe que finge
que morde a isca
mas escapa
rindo de mim
terça-feira, 15 de fevereiro de 2011
Vogt
Dias desses estava eu no trabalho, quando meu chefe perguntou se eu conhecia o Carlos Vogt. Claro que conhecia, li diversos textos dele na faculdade!!!
Mas o livro que meu chefe trazia consigo me era desconhecido: um volume de "Poesia Reunida", que, como o nome sugere, é uma coletânia de poemas.
Nem precisa dizer que devorei o livro em dois minutos!!
E, por pura coincidência, naquele mesmo dia meu chefe me apresentou ao Vogt, que estava almoçando no mesmo lugar que nós.
Eis alguns poemas do livro:
Falamos tudo e ainda
há o que
silenciar
&
Paisagem Doméstica
Desavenças de caso
secam avencas
nos vasos
&
Decreto
A vida
- como o contrário -
não pode ser impedimento
para viver
salvo
disposições em contrato
&
Autópsia
(à maneira de Antero, Augusto
e outros anjos realistas)
Tiro-me a roupa
a carteira
os documentos
rasgo-me o peito
o ventre
os sentimentos
abro-me a pele
em frestas
para o avesso
devassa inútil:
dentro
por sobre a mesa
sólida
verte-se em sangue
só
cheia de dor
a mesma subjetividade
episódica
&
Otimismo
Nós dois jamais fracassamos juntos
sempre apostamos no certo
na hora errada
chegamos perto
&
Nova Freudiana
A TV para quem
tem fome:
- Desliga-me,
ou me consome.
&
Mimese
Se a vida imita a arte
como punir
o plágio da existência?
&
Comboio
Num ponto você tem razão:
a corda bamba da tristeza
sempre quebra
do lado do coração
&
Ensaio sobre o dom
Pelos olhos da exatidão
perdeu-se o que era dádiva.
&
A imagem substitui
o texto mas
não tem
como contar-se
sem contexto
&
Habilidade romântica
A lua roubar
sem
tirá-la do lugar
&
Tópicas
Heróis são
metáforas
de si mesmos
vilões são
sinédoques
dos outros
ser comum
só
tem sentido
figurado
Mas o livro que meu chefe trazia consigo me era desconhecido: um volume de "Poesia Reunida", que, como o nome sugere, é uma coletânia de poemas.
Nem precisa dizer que devorei o livro em dois minutos!!
E, por pura coincidência, naquele mesmo dia meu chefe me apresentou ao Vogt, que estava almoçando no mesmo lugar que nós.
Eis alguns poemas do livro:
Falamos tudo e ainda
há o que
silenciar
&
Paisagem Doméstica
Desavenças de caso
secam avencas
nos vasos
&
Decreto
A vida
- como o contrário -
não pode ser impedimento
para viver
salvo
disposições em contrato
&
Autópsia
(à maneira de Antero, Augusto
e outros anjos realistas)
Tiro-me a roupa
a carteira
os documentos
rasgo-me o peito
o ventre
os sentimentos
abro-me a pele
em frestas
para o avesso
devassa inútil:
dentro
por sobre a mesa
sólida
verte-se em sangue
só
cheia de dor
a mesma subjetividade
episódica
&
Otimismo
Nós dois jamais fracassamos juntos
sempre apostamos no certo
na hora errada
chegamos perto
&
Nova Freudiana
A TV para quem
tem fome:
- Desliga-me,
ou me consome.
&
Mimese
Se a vida imita a arte
como punir
o plágio da existência?
&
Comboio
Num ponto você tem razão:
a corda bamba da tristeza
sempre quebra
do lado do coração
&
Ensaio sobre o dom
Pelos olhos da exatidão
perdeu-se o que era dádiva.
&
A imagem substitui
o texto mas
não tem
como contar-se
sem contexto
&
Habilidade romântica
A lua roubar
sem
tirá-la do lugar
&
Tópicas
Heróis são
metáforas
de si mesmos
vilões são
sinédoques
dos outros
ser comum
só
tem sentido
figurado
sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011
Faz tempo........
Ando meio sumida, né? Pois é, tem muita coisa acontecendo, por isso estou com muito pouco tempo livre e com muitas coisas na cabeça - não paro de pensar nem quando durmo, os sonhos estão aí pra comprovar o que digo!
Ultimamente minha cabeça vem sendo assolada por pensamentos "práticos" - tenho que fazer tal coisa, tenho que ir ao banco, tenho que resolver esse problema burocrático, tenho que ir ao supermemrcado e mais um monte de outros "tenhos que".
Além das questões do cotidiano, esse período tem sido de muitas decisões. Vislumbro muitas mudanças em minha vida. E pra saber qual o melhor caminho a seguir, é preciso analisar - o que leva tempo e agita a alma.
Quando é assim, não consigo escrever. Não porque falte assunto ou porque o tempo é escasso (apesar de realmente o ser), mas porque falta tranquilidade. Não sei se acontece com todo mundo que escreve, mas se eu não tenho tranquilidade, não consigo escrever. Escrever é uma espécie de lapidação, requer tempo e concentração. Se não estou serena, não consigo me concentrar.
Contudo, esses dias, quando bateu uma saudade do blog, eu estava pensando que escrever me acalma e ajuda a botar as ideias no lugar.
Por isso aqui estou, de volta ao achonchego das palavras.
Ultimamente minha cabeça vem sendo assolada por pensamentos "práticos" - tenho que fazer tal coisa, tenho que ir ao banco, tenho que resolver esse problema burocrático, tenho que ir ao supermemrcado e mais um monte de outros "tenhos que".
Além das questões do cotidiano, esse período tem sido de muitas decisões. Vislumbro muitas mudanças em minha vida. E pra saber qual o melhor caminho a seguir, é preciso analisar - o que leva tempo e agita a alma.
Quando é assim, não consigo escrever. Não porque falte assunto ou porque o tempo é escasso (apesar de realmente o ser), mas porque falta tranquilidade. Não sei se acontece com todo mundo que escreve, mas se eu não tenho tranquilidade, não consigo escrever. Escrever é uma espécie de lapidação, requer tempo e concentração. Se não estou serena, não consigo me concentrar.
Contudo, esses dias, quando bateu uma saudade do blog, eu estava pensando que escrever me acalma e ajuda a botar as ideias no lugar.
Por isso aqui estou, de volta ao achonchego das palavras.
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