Por que "clepsidro-me"?!?!

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quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Trancar num cofre?

Hoje meu chefe me mostrou um trechinho de um poema do Antônio Cícero, poeta carioca, que tem tudo a ver com o que penso:


Guardar uma coisa não é escondê-la ou trancá-la.


Em cofre não se guarda coisa alguma.


Em cofre perde-se a coisa de vista.




Guardar uma coisas é olhá-la, fitá-la, mirá-la por


Admirá-la, isto é, iluminá-la ou ser por ela iluminado.

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Oswald de Andrade




























Ontem deu vontade de reler o Oswald de Andrade e hoje, de compartilhar uns poemas dele, do livro chamado Pau-Brasil, de 1925:




ESCAPULÁRIO


No Pão de Açúcar

De cada dia

Dai-nos Senhor

A poesia

De cada dia





3 DE MAIO


Aprendi com meu filho de dez anos

Que a poesia é a descoberta

Das coisas que eu nunca vi




SOL



Uma vez fui a Guará

A Guaratingueta

E agora

Nesta hora de minha vida

Tenho uma vontade vadia

Como um fotógrafo





III


Granada é triste sem ti


Apesar do sol de ouro

E das rosas vermelhas



V



Que alegria teu rádio

Fiquei tão contente

Que fui à missa


Na igreja toda gente me olhava

Ando desperdiçando beleza

Longe de ti





VI



Que distância!

Não choro

Porque meus olhos ficam feios




E uns do livro Primeiro Caderno de Poesias do Aluno Oswald de Andrade, de 1927:




OFERTA



Quem sabe

Se algum dia

Traria


O elevador

Até aqui

O teu amor



AMOR

Humor




BALADA DO ESPLANADA

Ontem à noite

Eu procurei

Ver se aprendia

Como é que se fazia

Uma balada

Antes de ir

Pro meu hotel


É que este

Coração

Já se cansou

De viver só

E quer então


Morar contigo

No Esplanada




Eu qu'ria


Poder


Encher


Este papel


De versos lindos


É tão distinto


Ser menestrel



No futuro


As gerações


Que passariam


Diriam


É o hotel


Do menestrel




Pra m'inspirar


Abro a janela


Como um jornal


Vou fazer


A balada


Do Esplanada


E ficar sendo


O menestrel


Do meu hotel


Mas não há poesia


Num hotel


Mesmo sendo


'Splanada


Ou Grand-Hotel



Há poesia


Na dor


Na flor


No beija-flor


No elevador



PS: Os quadros são da Tarsila do Amaral, esposa do Oswald. Em um, que desconheço o nome (acho que não tem), ela retrata o marido e o outro chama-se Abaporu.

segunda-feira, 17 de outubro de 2011





Erótica é a alma



Adélia Prado