Fumaça,
ainda que de incenso,
mas fumaça.
Imagem holográfica,
ainda que bela,
mas ilusória.
Projeção do meu eu,
sedutor,
mas mera projeção.
A vida não é feita de
fumaça,
imagem,
ou projeção.
A vida
é feita
de carne e osso,
atos,
fatos,
alimento
pro corpo e pra alma.
Chega.
Quero a vida
como ela é.
quarta-feira, 27 de março de 2013
Fui sabendo de mim
Fui sabendo de mim
por aquilo que perdia
pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia
fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei
eu vi
a árvore morta
e soube que mentia
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
por aquilo que perdia
pedaços que saíram de mim
com o mistério de serem poucos
e valerem só quando os perdia
fui ficando
por umbrais
aquém do passo
que nunca ousei
eu vi
a árvore morta
e soube que mentia
Mia Couto, in "Raiz de Orvalho e Outros Poemas"
Levitando
Quero registrar duas frases do último livro que li do Agualusa, o Manual Prático de Levitação:
"O passado é como o mar: nunca sossega", do conto Um ciclista; e
"Se nada mais der certo leia Clarice", do conto de mesmo nome.
Embora tenha adorado essas frases, elas não são do meu conto favorito, o Catálogo de Sombras, em que o autor mistura Fernando Pessoa, Alberto Caeiro candomblé e macumba, além de fazer referência à cidade baiana de Cachoeira, onde estive e me hospedei na Pousada do Convento do Carmo, que também está no conto.
Assinar:
Postagens (Atom)