Por que "clepsidro-me"?!?!

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quinta-feira, 4 de novembro de 2010

Elucidário


Barroco Tropical - esse é o título do mais recente livro do Agualusa publicado no Brasil. Estou lendo-o, enquanto aguardo a publicação do Milagrário Pessoal.

Tem uma parte que fiquei com vontade de postar aqui porque eu já disse isso de outra forma.

Aí estão as palavras do Agualusa, na voz de Kianda, uma das personagens de Barroco Tropical:


"Escrevo para iluminar os corredores da minha alma. Bartolomeu iria crucificar-me por causa dessa frase (...) Quero que se dane! Sou assim mesmo. Além disso, é verdade: conheço bem a luz que dorme em certas palavras, a noite que se esconde noutras. Há metáforas que deflagram como granadas, estrofes capazes de abrir clarões à nossa frente. (...) Quando sinto-me perdida, sento-me e escrevo. Quando sinto-me irremediavelmente perdida, canto.

Canto para me salvar.

O que escrevo? Registro o que me acontece, num esforço para compreender o que aconteceu. Não invento nada. Não preciso de inventar nada. Não sou ecritora. Podia chamar a isto um diário cego, porque não tem datas. Prefiro chamar-lhe um elucidário"

Pois é, Kianda, também eu, quando estou perdida, ponho-me a escrever. Contudo, como não tenho a voz aveludada que tens (portanto não posso cantar), quando estou irremediavelmente perdida, invento histórias. Não sou escritora, mas invento histórias e também me alimento de histórias alheias, como a tua.

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