Esses dias estava relendo o Leminski.
Eis os meus preferidos daquele dia (pois isso muda conforme meu humor):
dia
dai-me a sabedoria de caetano
nunca ler jornais
a loucura de gláuber
tem sempre uma cabeça cortada a mais
a fúria de décio
nunca fazer versinhos normais
(eu pediria também a criatividade de leminski...)
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬
coração
PRA CIMA
escrito embaixo
FRÁGIL
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬
a noite
me pinga uma estrela no olho
e passa
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬
não discuto
com o destino
o que pintar
eu assino
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬
acordei bemol
tudo estava sustenido
sol fazia
só não fazia sentido
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬
a estrela cadente
me caiu ainda quente
na palma da mão
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬
Transar bem todas as ondas
a Papai do Céu pertence,
fazer luas redondas
ou me nascer paranaense.
A nós, gente, só foi dada
essa maldita capacidade,
transformar amor em nada.
¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬¬
o amor, esse sufoco,
agora há pouco era muito,
agora, apenas um sopro
ah, troço louco,
corações trocando rosas,
e socos
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