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sexta-feira, 14 de setembro de 2012

Mentiras

Esses dias estava lendo um livro que está na estante há alguns meses. Ele é composto por pequenos textos, independentes entre si. É como seu autor diz: "Assim é esse livro, sem princípio, sem meio, sem fim. Um álbum de fotografias em que cada fotografia vale por si mesma." Como estou sem tempo nenhum para ler, mas não posso deixar de alimentar meu vício, esse é o livro ideal pra mim.
Reproduzo abaixo um dos textos que achei bem pertinente para o momento em que estamos vivendo, chama-se "Novo slogan político":

Alguém escreveu num muro branco da Universidade do Porto, em Portugal, a sua exigência política: "Queremos mentira novas!". Quem o escreveu sabia das coisas. Sabia que era inútil pedir o impossível: "Basta de mentiras!". Na política, apenas as mentiras são possíveis. Mas ele já estava cansado das mentiras velhas, batidas, como piadas cujo fim já se conhece, que diariamente aparece nos jornais. Mentiras velhas são um desrespeito à inteligência daquelas a que são dirigidas. Que mintam, mas que respeitem a minha inteligência! Mintam usando a imaginação! Por isso escrevia, em nome da inteligência, do possível e do humor: "Queremos mentiras novas!"  (Ostra feliz não faz pérolas, Rubem Alves)

Claro que quando li isso, pensei imediatamente nas eleições municipais que estão sendo disputadas em todo o País. Mas agora, ao digitar o texto, me dei conta de que nós também mentimos as mesmas mentiras por milênios: mentimos para os outros e mentimos para nós mesmos. Acho que a avassaladora maioria não mente porque é mau caráter, talvez nem perceba que está mentindo. Mas isso não transforma a mentira em verdade.
Daí pensei: quais mentiras preciso parar de contar, aos outros, e, especialmente, a mim mesma?!?! Em quais mentiras preciso deixar de acreditar?
Eu, ao contrário do pichador português, quero o impossível (e, pasmem, muitas vezes consigo!!)

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